Moda

Economia circular na moda: do discurso à prática que impulsiona o varejo

Como varejistas e startups vêm redesenhando cadeias produtivas para atender à demanda por produtos ambientalmente responsáveis

Por
Redação

5/23/2025

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Consumidores estão dispostos a pagar mais por itens sustentáveis (Foto: Adobe Stock)

Levantamentos recentes mostram que a sustentabilidade deixou de ser mero argumento de marketing e passou a definir decisões de compra: 66% dos consumidores globais estão dispostos a pagar mais por itens sustentáveis, segundo a Nielsen, e no Brasil esse índice chega a 90%, de acordo com o Instituto Locomotiva. Para muitas empresas de moda, adotar a economia circular deixou de ser opção, mas se tornou imperativo estratégico.

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Empresas que aproveitam sobras de corte e peças devolvidas reduzem impactos ambientais e geram engajamento e lucro (Foto: Adobe Stock)

A logística reversa, que transforma roupas usadas em nova fonte de receita, ganhou protagonismo. “Empresas que aproveitam sobras de corte e peças devolvidas não apenas reduzem impactos ambientais, mas geram engajamento e lucro”, observa Rafael Reolon, diretor de Retail da Linx. Redes como Peça Rara comprovam isso: com 2,7 milhões de itens vendidos ao ano, o brechó viu seu número de fornecedores quase dobrar de 2022 para 2023.

Ao mesmo tempo, grandes grupos aceleram investimentos em matérias-primas certificadas. A Renner, por exemplo, incorporou viscose e algodão com selo de origem controlada e passou a usar fios reciclados, resultado da desfibragem de retalhos. Para o consumidor, essa transformação é percebida em etiquetas que listam o ciclo completo de produção. “O cliente pesquisa a cadeia e valoriza marcas transparentes”, diz Reolon.

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Consumidores valorizam transparência e se preocupam com etiquetas com ciclo de produção (Foto: Adobe Stock)

No ambiente digital, marketplaces especializados consolidam a oferta de usados. A americana Beni criou uma extensão de navegador que sugere alternativas de segunda mão em qualquer busca por roupas. No Brasil, a Enjoei estreou sua primeira loja física em 2023, unindo catálogo online e experiência presencial. 

Enquanto isso, consumidores deixaram o discurso de “comprar menos” para pesquisar “comprar melhor”: preferem peças que tenham passado por ciclos de uso múltiplos, sem abrir mão de preço justo. Para o varejo de moda, a equação é clara: quem dominar a economia circular hoje não apenas minimiza riscos socioambientais, mas também cria novas oportunidades de negócio para um público cada vez mais consciente.

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Soluções tecnológicas, como apps de pagamento via QR Code, garantem rapidez e controle em operações com reversas (Foto: Adobe Stock)

Para escalar a economia circular sem perder agilidade, varejistas adotam softwares de gestão de estoque reverso e sistemas de pagamento instantâneo por QR Code. Esses recursos garantem maior controle sobre volumes de retorno e tornam o processo mais fluido — um diferencial competitivo para marcas que querem crescer sustentavelmente.

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