Comportamento

Saúde mental e inteligência emocional ganham espaço frente à ascensão da inteligência artificial nas empresas

Mudanças tecnológicas e geracionais impõem às corporações o desafio de equilibrar inovação e bem-estar psicológico no ambiente de trabalho

Por
Redação

5/23/2025

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Equilibrar a eficiência da inteligência artificial com o cuidado à saúde mental no trabalho é o desafio das empresas (Foto: Adobe Stock)

À medida que a inteligência artificial (IA) transforma processos e dinâmicas no mundo do trabalho, cresce também a urgência de manter o foco no fator humano. Em um cenário de rápidas mudanças tecnológicas e culturais, a saúde mental e a inteligência emocional dos colaboradores emergem como elementos centrais para a sustentabilidade e o desempenho das organizações.

As ferramentas de IA têm contribuído para otimizar tarefas operacionais, como gestão de folha de pagamento e processos de recrutamento. No entanto, essa mesma eficiência tecnológica exige que empresas invistam na preservação de competências humanas, como empatia, escuta ativa e pensamento crítico. “Máquinas não podem mover nossos corações”, lembra o empresário Jack Ma, em frase que tem sido citada em discussões sobre o tema.

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Estimular a inteligência emocional e a empatia entre equipes é vital para acompanhar a revolução da IA (Foto: Adobe Stock)

Dados do relatório People at Work 2023: A Global Workforce View, do ADP Research, apontam que 67% dos trabalhadores brasileiros convivem com estresse no ambiente profissional. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que estratégias adequadas de apoio à saúde mental no trabalho podem reduzir em até 28% os afastamentos por doença.

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Priorizar a saúde mental no cotidiano corporativo fortalece o bem-estar e a resiliência das equipes (Foto: Adobe Stock)

A questão também tem reflexo na produtividade. Estudo da consultoria Gallup indica que equipes com maior inteligência emocional podem apresentar até 22% de melhoria nesse indicador. Já a McKinsey projeta que cada dólar investido em saúde mental pode gerar um retorno de quatro dólares, considerando o aumento da produtividade e a redução do absenteísmo.

O debate se intensifica com a entrada de novas gerações no mercado de trabalho. A Geração Alpha, que está sendo formada em um ambiente digitalizado, tende a valorizar ambientes de trabalho que combinem inovação tecnológica com escuta ativa e empatia. “As gerações mais jovens exigem transparência, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oferecem uma perspectiva mais sensível à saúde mental”, observa Cleide Cavalcante, gerente de Comunicação da Progic.

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Integrar tecnologia e suporte emocional cria ambientes de trabalho mais produtivos e psicologicamente seguros (Foto: Adobe Stock)

A perspectiva, segundo ela, é que a IA atue como aliada – e não substituta – das equipes humanas, exigindo das lideranças a construção de um diálogo contínuo sobre o papel da tecnologia e o fortalecimento da cultura emocional nas organizações. “Organizações que priorizam essas qualidades criam um espaço onde a criatividade, a colaboração e o engajamento prosperam”, avalia.

Para especialistas, promover ambientes psicologicamente seguros e emocionalmente saudáveis não se trata apenas de uma vantagem competitiva, mas de uma responsabilidade compartilhada. A capacidade de equilibrar avanços tecnológicos com políticas de cuidado e apoio emocional pode ser determinante para a coesão de equipes e a eficácia das estratégias corporativas no longo prazo.

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