Guia do chocolate: tipos, ingredientes e as melhores escolhas para a Páscoa
Nem todo chocolate é igual: descubra o que observar no rótulo e quais marcas valem a pena
PorLu Sandrini
4/29/2025

Prazer e consciência podem andar juntos. Escolher chocolates com maior teor de cacau é um bom caminho (Foto: Adobe Stock)
Com a Páscoa se aproximando, o chocolate ganha destaque nas prateleiras e nas conversas. Mas o que está por trás daquele ovo que atrai o olhar? Selecionamos aqui os principais tipos de chocolate, os ingredientes mais comuns e os recursos da indústria alimentícia para disfarçar o açúcar em excesso. Também reunimos sugestões para consumir com mais consciência — e listamos os piores e os melhores chocolates, nacionais e internacionais.
Tipos de chocolate: do amargo ao branco

Cacau de origem, castanhas, poucos ingredientes: marcas artesanais estão transformando o chocolate em algo mais saudável e saboroso (Foto: Adobe Stock)
O chocolate pode ser dividido em categorias com características bem distintas. O chocolate amargo, com teor de cacau entre 70% e 99%, é o mais puro. Rico em flavonoides, auxilia na saúde cardiovascular e contribui para o bem-estar, com menos açúcar e sabor mais intenso.
O chocolate ao leite, com 25% a 40% de cacau, destaca-se pela cremosidade e doçura, mas tem mais açúcar e leite, o que reduz seus benefícios. Já o chocolate branco, feito apenas com manteiga de cacau, leite e açúcar, não leva cacau em pó. Na prática, aproxima-se mais de uma sobremesa do que de um chocolate tradicional.
Ingredientes: o que observar no rótulo

Ler o rótulo é um gesto simples que revela muito. Fique de olho: se o açúcar vem primeiro na lista, o cacau ficou em segundo plano (Foto: Adobe Stock)
A base do chocolate inclui massa de cacau, manteiga de cacau, açúcar e, em alguns casos, leite. Porém, para reduzir custos, a indústria costuma recorrer a substituições. É comum encontrar gordura vegetal hidrogenada no lugar da manteiga de cacau — ingrediente menos saudável — e múltiplas formas de açúcar com nomes como sacarose, frutose, xarope de glicose, maltodextrina, dextrose, melado ou açúcar invertido.
Aromatizantes artificiais, como a baunilha sintética, e conservantes também são utilizados para mascarar a baixa qualidade do cacau ou prolongar a validade do produto.
Os piores chocolates no Brasil

Sacarose, frutose, dextrose, xarope de milho... Muitos nomes, um só ingrediente: açúcar. Ele pode estar disfarçado no rótulo (Foto: Adobe Stock)
Algumas marcas populares no país apresentam baixo teor de cacau, excesso de açúcar e textura pouco agradável. A seguir, cinco exemplos negativos, segundo avaliações de consumidores e especialistas:
- Arcor ao leite – Excessivamente doce, com textura arenosa e aroma artificial.
- Garoto ao leite – Sabor artificial, retrogosto metálico e pouco cacau.
- Hershey’s ao leite – Textura porosa, muito açúcar e sabor artificial.
- Nestlé classic ao leite – Textura seca, aroma pouco atrativo e doçura excessiva.
- Lacta ao leite – Muito doce, com cacau quase imperceptível e uso de aromatizantes.
Os melhores chocolates no Brasil

Tudo começa no cacau. Quanto mais próximo da matéria-prima, mais puro é o chocolate — e mais benefícios ele pode oferecer (Foto: Adobe Stock)
O cenário brasileiro também conta com marcas que valorizam a origem do cacau e processos mais artesanais. Entre os destaques:
- Nugali 70% Cacau em Flor (SC) – Premiada internacionalmente, com cacau nacional e notas frutadas.
- Mestiço Bonança 72% (BA) – Produção tree-to-bar, intensa e com perfil frutado.
- Luisa Abram Rio Purus 81% (AM) – Feita com cacau selvagem da Amazônia, alia sabor e sustentabilidade.
- Mission Chocolate Three Theos 70% (SP) – Notas complexas e criatividade em cada barra.
- Amma Orgânico 100% (BA) – Sem açúcar, orgânica e biodinâmica, indicada para paladares exigentes.
Os melhores chocolates no mundo
Em escala global, algumas marcas se destacam pela qualidade e inovação. Entre as mais reconhecidas:
- Valrhona Guanaja 70% (França) – Complexo, com notas frutadas e florais.
- Amedei Toscano Black 70% (Itália) – Intenso, aveludado e sofisticado.
- Friis-Holm Nicaliso 70% (Dinamarca) – Sabor puro e origem controlada do cacau.
- Paccari Raw 70% (Equador) – Orgânico e minimamente processado, com perfil frutado.
- Domori Arriba 70% (Itália) – Harmonioso, com camadas complexas de sabor.
Escolhas inteligentes para a Páscoa

O visual encanta, mas nem todo ovo de chocolate é igual. Saber o que há nos ingredientes faz toda a diferença na hora da escolha (Foto: Adobe Stock)
Ovos de chocolate amargo com alto teor de cacau (entre 70% e 99%) são boas opções para quem busca equilíbrio entre sabor e saúde. Marcas que utilizam ingredientes naturais — como manteiga de cacau e açúcares menos refinados, a exemplo do açúcar de coco ou mascavo — merecem atenção.
Alternativas adoçadas com estévia, xilitol ou eritritol impactam menos a glicemia. Ovos veganos ou sem lactose, preparados com leites vegetais e fórmulas mais simples, também são boas escolhas.
Dica de ouro
Ao escolher seu ovo de Páscoa, leia o rótulo com atenção. Se o açúcar — ou seus derivados — aparecer em primeiro lugar na lista de ingredientes, o produto provavelmente contém pouco cacau. Prefira opções em que o cacau vem primeiro e os aditivos são reduzidos.
Nesta Páscoa, vale apostar em chocolates mais puros, com ingredientes de qualidade. E você, já sabe qual será o seu?
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